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ANIMAIS SILVESTRES EM FOCO: O TRABALHO DO CRAS NA UNIVAP

O objetivo do projeto é reabilitar animais e prepará-los para um retorno bem-sucedido ao seu habitat natural

Escrito por Univap

06 DEZ 2023 - 20H59 (Atualizada em 19 DEZ 2023 - 17H30)

Por Marcelo Sarlo

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O CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), da UNIVAP, localizado no campus Urbanova, em São José dos Campos, é uma parceria entre a universidade e empresas engajadas na preservação do Meio Ambiente. Desde seu início, em 2016, o projeto cresceu e se transformou em uma referência de excelência no atendimento e reabilitação de animais silvestres.

O CRAS desempenha um papel vital na recuperação de animais silvestres feridos. Seu compromisso com a reintrodução bem-sucedida desses animais na natureza é um verdadeiro testemunho do poder da colaboração entre a academia, a indústria e os profissionais de conservação animal.

O projeto conta com o suporte de professores da UNIVAP e estagiários comprometidos em oferecer cuidados e tratamento especializado para a variedade de espécies que chegam ao centro, em diferentes estados de saúde.

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A veterinária Hanna Sibuya Kokubun, que é a responsável técnica do CRAS, comentou sobre o início do projeto: “Começou há alguns anos e já foram três gestões antes de eu entrar. Um antigo Reitor da universidade gostava muito de animais e queria fazer uma espécie de fazendinha na UNIVAP. Começou com animais domésticos, depois compraram carneiro, cervo, avestruz... Mas começaram a receber alguns animais silvestres e, assim, começou o recebimento de bichos para atendimento e recuperação. Em 2016, tornou-se, oficialmente, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres”, comentou Hanna.

Sagui da Serra Escuro

Em São José dos Campos, existe uma espécie de Sagui ameaçada de extinção, o Sagui da Serra Escuro. A Univap é um dos principais locais, no Brasil, que contam com o maior número de animais dessa espécie.

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O programa que o CRAS participa é de conservação nacional e internacional e a categoria escolhida foi de centro de reabilitação com foco no Sagui da Serra Escuro.

“Eles permanecem aqui com a gente, sob a orientação do trabalho de conservação nacional. Os animais ficam aqui para reprodução. Futuramente, eles podem ser soltos no Meio Ambiente. Nós fazemos essa guarda dos Saguis e o atendimento de animais silvestres que são encontrados feridos ou machucados”, disse a veterinária.

O Centro conta com apoio de marcas para ajudar o processo de realocação dos animais no Meio Ambiente. Hoje, a CCR Rio São Paulo e a Tamoios são parceiras deste trabalho.

“Nós fazemos um treinamento com eles (equipes dos parceiros), justamente para ver quais animais precisam de recolhimento e como podem fazer a captura do animal de maneira mais segura, em casos de lesão e ferimento. No começo da parceria, teve muito animal que não precisaria ter sido retirado do local”, contou Hanna.

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Direcionar quais os EPIs que quem faz resgates precisa utilizar, qual é a maneira correta de carregar e transportar os animais até nós... Fazemos essas orientações, uma vez por ano, e sempre são profissionais do CRAS que dão as aulas



Hanna Sibuya Kokubun, veterinária e responsável técnica do CRAS 



A não volta para casa

Embora muitos animais possam ser reabilitados, a triste realidade é que alguns deles não podem ser devolvidos à natureza devido a diferentes circunstâncias. A Professora Doutora Walderez Moreira Joaquim, bióloga responsável técnica pelo CRAS, explica como funciona o processo de reabilitação.

“O animal, quando chega aqui, vai para a parte clínica com as veterinárias. Depois, a gente começa um processo de reabilitação. Fazemos alguns procedimentos para observar o comportamento do animal para ver se ele pode ser reintroduzido na natureza ou não”, comentou a professora.

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Quando é uma ave, nós fazemos um hectograma, que é um exame para no final você ter ‘uma geral’ de como está o animal em termos de comportamento. Se tiver tudo ok, ele vai ser reintroduzido na natureza, no local que foi coletado


Professora Walderez Moreira Joaquim, bióloga responsável técnica pelo CRAS 



Os animais que vão ser soltos sempre serão devolvidos nos locais que foram encontrados. O local precisa ser respeitado, pois caso ele vá para outro local, pode interferir no ecossistema.

Porém existem animais que, infelizmente, não têm condições de serem reintroduzidos.

“Nós temos um carcará que está com uma lesão na asa. Então, esse não dá pra ser reintroduzido. Temos uma coruja que está sem um olho. A gente tenta destinar esses animais para alguma instituição e, se não conseguir nenhuma, fica aqui. Quando a Univap recebe escolas, a gente dá uma atividade de educação ambiental utilizando esses animais. Para os alunos verem o que acontece quando o homem entra em ação de forma ‘não legal’. Os animais nos ajudam na educação para o pessoal que vem visitar”, comentou Walderez.

Os traumas mais recebidos no CRAS são aqueles que têm a interação dos seres humanos, como atropelamento. Muitas vezes, o Centro recebe animais com mordidas de cachorro e aves com parte das asas quebrada.

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Para pessoas que encontrarem algum animal no dia a dia, o CRAS orienta a entrar em contato pelo WhatsAPP (12) 99701-8288, no qual a pessoa vai ser instruída a fazer a remoção de forma correta.

“A gente pede algumas imagens para fazer essa triagem, ver realmente se tem a necessidade de tirar o animal do local ou não. Então, antes de tudo, a gente pede para entrar em contato primeiro, antes até de encostar no animal, que pode conter alguma doença”, comentou Hanna.

Projetos Futuros

No Centro de Reabilitação trabalham, atualmente, três técnicos, dois tratadores, três doutoras e cinco alunos.

“Para os alunos é bem legal. Eu, como professora, observo que todas as turmas têm interesse de participar do projeto. É uma experiência gigante para os alunos, todo dia acontece alguma coisa diferente por aqui”, disse Walderez.

Para os interessados em visitar o CRAS, um novo projeto está sendo desenvolvido. A equipe está montando uma proposta para a abertura de uma área sobre educação ambiental. Então, esses animais que não forem soltos por alguma razão vão ficar como embaixadores do projeto.

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Outro trabalho que já está acontecendo é o apadrinhamento de animais silvestres. O objetivo deste projeto é promover o apadrinhamento de animais silvestres cativos, do Centro de Estudos da Natureza (CEN), podendo ser feito por pessoas físicas ou pessoas jurídicas (empresas, indústrias em geral), interessadas em contribuir com a conservação e bem-estar das espécies de animais silvestres.

As contribuições podem ser mediante doações em dinheiro e/ou doação de insumos e utensílios necessários para a manutenção dos animais no CRAS – UNIVAP.

As doações em dinheiro podem ser realizadas por meio de depósitos e transferências. Já os insumos, devem ser levados diretamente ao CRAS, mediante agendamento.



É notável o papel que o CRAS desempenha na conscientização pública sobre a importância da conservação da fauna silvestre. Por meio da colaboração com empresas parceiras, o centro oferece treinamento prático e teórico para o manejo, cuidados e transporte de animais feridos. Essa iniciativa ajuda a promover a conscientização sobre a posse e aprisionamento ilegal de animais selvagens.

O sucesso do CRAS não é apenas uma conquista para a UNIVAP, mas também para a região.

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