Por Patrick Cesar
Mesmo em seu 24º aniversário, a revista de notícias produzida integralmente pelos estudantes do 3º ano do curso de Jornalismo da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) -- chamada "FOCA" -- segue relevante e atual, dentro e fora do ambiente acadêmico. O produto é uma tradição que nasceu junto ao curso de Comunicação da universidade, em 1999, antes mesmo do Bacharelado em Jornalismo ganhar sua "emancipação" e se tornar um curso independente, em 2001.
Ou seja, é correto afirmar que todo jornalista formado pela instituição já contribuiu para o FOCA e carrega um pedaço dessa história dentro de si. Tudo isso, portanto, tem uma carga emocional e nostálgica marcante para todos os envolvidos.
Agora, em 2023, os horizontes estão sendo expandidos! Agora, o FOCA tá ON, literalmente! Online, com um formato moderno e dinâmico, mas com o mesmo elevado padrão de qualidade. O objetivo dessa mudança é atrair um público adaptado às ferramentas do Século XXI e, claro, se adaptar às novas necessidades do mercado de consumo.
“Nós precisamos viver ao compasso dos tempos, mas ancorados na rocha. Precisamos estar atentos às mudanças que acontecem – muito pelos adventos da internet e do acesso que temos, hoje, à comunicação mais rápida por meio das Redes Sociais”, diz Fredy Cunha, professor de Jornalismo (e ex-aluno) da UNIVAP, e editor-chefe do FOCA desde 2014. “A discussão sobre se o impresso irá acabar ou não já não é mais cabível. O que precisamos brigar para manter são os fundamentos do bom jornalismo. Nenhuma pressa deve destruir o conceito de apuração, de trabalhar com fatos em vez de achismos”, complementou Cunha, exibindo um ponto de vista que enxerga a mudança de forma positiva, reforçando que fundamentos da profissão não devem cair perante o imediatismo digital.
Além disso, você também poderá acompanhar outros conteúdos multiplataforma relacionados ao FOCA em suas Redes Sociais. Para isso, basta seguir a FCSAC (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação), no Instagram, e ficar sempre atento às novidades.
SIGA @FCSAC_UNIVAP
Mesmo que com inovações, claro que muitos ficariam decepcionados se essa versão física tão tradicional do FOCA simplesmente deixasse de existir. Pois então, aqui vai uma boa notícia: isso não vai acontecer. A meta é ampliar o campo de cobertura e entregar mais versatilidade, mas a revista ainda será impressa, no mínimo, uma vez por ano, compilando as melhores produções de cada turma.
“É importante termos a versão impressa, mesmo que, lá na frente, o digital seja único. É necessário que a mudança seja gradual, pois é muito legal, para quem trabalha com criação, ver seu produto físico”, pontuou Marcos Singulano, professor da UNIVAP e coordenador de arte gráfica e diagramação do FOCA desde 2022.
De acordo com ele, a novidade deve ser encarada com um “sentido diferente”, já que abre um leque de possibilidades inviáveis para mídias impressas, tais como a anexação de vídeos, GIFs, enquetes interativas e demais produtos complementares. As expectativas apontam para que os alunos ‘soltem a mão e pensem fora da caixa’.
O fato de se manter a produção do caderno físico, inclusive, foi recebido com alívio por futuros participantes do projeto, que antecipam satisfação ao saber que poderão ter em mãos uma publicação feita por eles mesmos. “Quero muito ter meu FOCA (físico), mas muitas pessoas não leem mais revistas ou jornais, vários optam por coisas mais rápidas, como Twitter ou Instagram, então acho que a mudança vai facilitar para que as pessoas leiam”, comentou Gabrielle Luiza, do 2º ano do curso de Jornalismo, animada para desfrutar do novo modelo da revista. “Muito mais fácil. Você vai poder compartilhar o link da sua matéria no grupo da família e dos amigos, por exemplo”, finalizou.
“Acho importante esse espaço que a UNIVAP cede aos alunos”, disse Luan Neves, aluno e representante do 1º ano de Jornalismo. “Tenho um carinho muito especial por impressos. O jornal, por exemplo, foi muito marcante na minha vida. Quando criança, meu irmão, meus primos e eu nos reuníamos na casa dos meus avós e sempre acompanhávamos as novidades e escalações dos times de futebol assim”, complementou, expressando contentamento com a pluralidade de opções do novo FOCA: impresso e digital.
Como citado anteriormente, o FOCA é produzido por alunos do 3º ano, isso porque a data coincide com o calendário da disciplina “Jornal Laboratório”, responsável pela montagem do produto.
No ambiente virtual, no entanto, será possível integrar mais participantes e expor trabalhos em maior quantidade. Se você produzir uma reportagem e quiser compartilhar com todos, pouco importa se você acabou de entrar na faculdade ou se está prestes a sair dela, você sequer precisa, necessariamente, estar cursando Jornalismo. No virtual, sempre há espaço para mais um e com a ajuda, orientação e aprovação de seu professor, você pode solicitar que seu texto seja exibido no site da UNIVAP, tornando-se cada vez mais motivado em atuar em sua futura profissão.
Dúvidas? Procure a Coordenação do seu Curso e informe-se.
O FOCA é a revista de notícias da UNIVAP, produzida tradicionalmente pelos alunos do 3º ano do curso de Jornalismo, na disciplina “Jornal Laboratório”, com contribuição de outras matérias, como as de fotografia e de editoração gráfica. Mas você sabe o porquê desse nome? Sabia, também, que nem sempre ele foi tão curtinho assim? Você vai entender tudo isso em menos de 2 minutos.
Se você também é jornalista, provavelmente essa nomenclatura não representa mistério algum para você. Toda profissão costuma ter jargões e gírias particulares. Dentre as Redações Jornalísticas não é diferente. “Foca” é o apelido dado aos jornalistas iniciantes – totalmente novatos ou apenas recém-formados.
Pensando assim, tudo faz mais sentido, não é? Afinal, para alguns alunos da UNIVAP, o FOCA é a primeira e principal experiência semelhante à produção de um veículo de notícias. Mas será que você conhece a origem dessa relação de termos?
Especialistas divergem. Algumas explicações ligam à falta de experiência e inocência dos novatos, assim como o comportamento das focas. Sim, dos animais marinhos. Eles que, comumente, são presas fáceis de bichos maiores e mais temíveis. Faz sentido! Não é fácil ser estagiário, né?
Essa explicação volta àquela outra questão, pois antigamente o FOCA tinha um nome composto: “FOCA EM FOCO”. Afinal, quem são os protagonistas do projeto? A revista ganhou esse nome há alguns anos.
Para alguns estudiosos, a história do animal marinho é uma grande balela e a origem do termo “foca” carrega um contexto bem mais histórico e interessante, datado dos anos 30, da época das máquinas fotográficas operadas com flash a magnésio.
Como narra o jornalista Valdir Sanches, quando os fotógrafos precisavam operar suas câmeras, deixar o obturador preparado, acender um fósforo, gerar um clarão em uma placa de magnésio e havia demora para a imagem focalizar, dependendo principalmente da intimidade do profissional com seu equipamento, isso tudo podia gerar um baita incômodo.
Sendo assim, quanto mais amador o profissional, maior o tempo de espera para que a imagem ficasse boa, gerando reclamações como: “foca logo!”. Posteriormente, os mesmos ficavam marcados por sua falta de experiência: “Caramba, lá vem o foca”.
Em 2023, o FOCA completa 24 anos. Nessas mais de duas décadas, muitas mudanças ocorreram. Nem sempre, a produção se assemelhou a uma revista moderna do estilo tabloide. Antes, adotava-se um modelo padrão de jornais mais antigos. De qualquer forma, independentemente da época, o FOCA sempre teve a missão de trazer uma experiência única e importante aos estudantes de Jornalismo da UNIVAP. Mas você sabe como é o processo de produção de uma edição, do começo ao fim?
Nesta lista, com 7 passos, você conhecerá o processo:
REUNIÃO DE PAUTA:
Para começar, é proposto pelo editor-chefe que uma reunião de pauta seja feita. Nela, todos os repórteres comentam suas propostas e discutem sobre as mais interessantes, dividindo aquilo que vale matéria e aquilo que não vale. Os próprios repórteres trocam dicas uns com os outros, mas a orientação principal é do editor-chefe, que aprova as pautas para a produção. Vale comentar que todo esse processo está vinculado à disciplina “Jornal Laboratório”, lecionada pelo professor Fredy Cunha.
“Eu costumo dar bastante liberdade aos alunos. Eu fico mais na figura de orientador do que na de definidor. Eu poderia contar nos dedos as vezes que eu disse ‘não’ para uma sugestão de pauta de um aluno”, relatou o Prof. Fredy Cunha, editor-chefe do FOCA. “A essa altura, no 3º ano (do curso) de Jornalismo, os alunos já são, na minha opinião, repórteres em caminho de maturação, muito bem definido”, acrescentou.
PRODUÇÃO DAS MATÉRIAS:
Agora que a pauta já está aprovada, basta ‘fazê-la acontecer’. Neste meio tempo, é dada, aos repórteres, a missão de estudar sobre o assunto de suas respectivas matérias, entrevistar personagens ligados ao tema, montar o texto, revisá-lo e deixá-lo pronto para a primeira entrega.
ENTREGA INICIAL:
Com o texto pronto, é hora de enviá-lo ao editor-chefe. Como você deve imaginar, a matéria nem sempre estará perfeita para ser veiculada logo de cara, e o papel do editor é justamente encontrar os pontos que devem ser melhorados.
DEVOLUTIVA DO EDITOR-CHEFE:
Após rigorosa análise, o editor-chefe conversa individualmente com os alunos, mostrando aquilo que ficou legal e aquilo que pode mudar nas matérias. Depois disso, o próximo passo é modificar a produção, mediante os conselhos do orientador.
DIAGRAMAÇÃO:
Paralelo a tudo isso, logo após definir o tema da pauta, os alunos também começam a diagramar as páginas de suas matérias. Como ela fica pronta só mais tarde, nem sempre a identidade visual fica bem definida neste começo, mas esse início é essencial para não acumular tarefas futuras. Posteriormente, com o texto 100% pronto, está na hora de encaixá-lo nas melhores ‘caixas de texto’, adicionar as fontes e imagens, escolher os mais minuciosos detalhes e, assim, finalizar a diagramação.
Todo esse processo é feito pelos alunos e acompanhado de perto pelo professor responsável pela arte gráfica do FOCA. “O que é bem legal é o aluno poder ver tudo acontecendo e o resultado de seus trabalhos em mãos. A diagramação e editoração é importante para que o estudante desenvolva seu senso crítico, mesmo que não seja o foco dele no futuro”, disse Marcos Singulano, responsável por tudo relacionado ao visual da revista.
REVISÃO:
Com tudo pronto, está na hora de revisar novamente o conteúdo. A inspeção é feita pelo editor-chefe do FOCA, pelo professor responsável pela diagramação e pela coordenação do curso de Jornalismo. Se algo estiver errado, basta corrigir. Se tudo estiver ok, basta imprimir.
IMPRESSÃO E DISTRIBUIÇÃO:
Acabou! Agora o FOCA está prontinho para ir ao papel. Depois de enviado à gráfica, e passados alguns dias, a revista já está em mãos e pronta para ser lida por todos.
Para alguns, o FOCA representa a primeira oportunidade de escrever, editar, diagramar e ver em mãos uma produção própria, impressa em papel (e, a partir de agora, também na internet). O produto é uma vivência essencial para a adaptação destes potenciais escritores ao mercado de trabalho e funciona como um portfólio àqueles que não tiveram oportunidade ou até mesmo vontade de focar na criação de materiais do tipo.
“É importante para o aluno experimentar várias práticas que ele aprende na teoria, como técnica de reportagem, técnica de entrevista, produção de imagens, a importância da escrita e dos conceitos técnicos de escrita em Jornalismo. Aqui, é onde o aluno tem a oportunidade de errar, buscando acertar. Onde o aluno trabalha para, no fim, ter um produto”, explicou Fredy. Segundo o professor, não se pode brincar com o Jornalismo, pois ele representa uma ferramenta poderosíssima de democratizar a informação, mas também perigosa, a ponto de acabar com reputações e vidas.
“O FOCA é uma oportunidade de o aluno vivenciar a profissão e as divisões de uma Redação Jornalística. É um espaço para exercitar o aprendizado”, complementou Celso Meneguetti, diretor da FCSAC (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação).
No ano de 2023, comemora-se os 24 anos de existência do FOCA, uma jornada que se estende por mais de duas décadas, pontuada por histórias interessantes e relevantes. Ao longo desse período, durante o qual várias gerações se envolveram na produção desta publicação, diversas adaptações se fizeram necessárias. Neste ano, em especial, um passo crucial foi dado em direção ao universo digital, um ambiente que ressoa profundamente com a maioria dos leitores contemporâneos.
Agora presente no site da UNIVAP, o “FOCA tá ON!” transcende as fronteiras da palavra escrita, “abraçando” uma ampla gama de plataformas que incluem vídeos, podcasts e outras experiências interativas. Antes de explorarmos essas inovações, permita-me convidá-lo, estimado leitor, a embarcar em uma viagem pelo ‘túnel do tempo’, aterrissando diretamente no cenário do Século passado, mais precisamente em 1999. Vamos relembrar as raízes históricas e descobrir mais sobre a primeira edição desta publicação única.
A edição inaugural do FOCA foi feita pela primeira turma de Comunicação da UNIVAP e circulou entre março e abril de 1999. Hoje em dia, a revista não tem nenhum vínculo com um veículo de comunicação externo, mas ela nasceu como um produto especial do jornal Valeparaibano (atual jornal OVALE).
“Naquela época, as salas eram bem cheias, com cerca de 60 a 70 alunos, e cada grupo produzia uma edição por mês. As fases de produção eram compartilhadas por todos”, relembra a Prof. Vânia Braz, atual coordenadora do curso de Jornalismo da UNIVAP e aluna da 1ª turma de Jornalismo da universidade.
Em suas origens, o jornal tinha um formato standard, um papel de textura tradicional de jornais e páginas coloridas. Ele circulava por todo o Vale do Paraíba. A primeira professora ligada à produção do FOCA, Fabíola Oliveira, desempenhou um papel fundamental na formação dessa experiência educacional.
Com o passar dos anos, o FOCA experimentou diversas transformações. Desde edições em preto e branco até edições coloridas e outras misturadas, além de diferentes tipos de papel, evoluindo gradualmente de um jornal para uma revista. “Deixou de ser jornal e virou uma revista. É possível ver isso tanto pelo tamanho como pela estrutura das reportagens, que não são factuais como as de um jornal diário”, ressalta a Prof. Vânia.
INSERIR GALERIA DO foca aqui
Na virada do milênio, o FOCA já despontava com manchetes ecléticas, que ecoam até hoje. Suas páginas “abraçaram” desde o emaranhado caótico do trânsito no Urbanova, que mesmo após duas décadas, persiste como um grande desafio, até o mergulho na vida dos chapeiros, camelôs e perueiros de São José, revelando a face multifacetada da economia informal.
O FOCA já questionava a profundidade do Jornalismo, abrindo caminho para discussões sobre a formação acadêmica básica e a contínua busca por aprimoramento. O jornal também ousou entrar nos domínios de uma igreja exorcista, revelando os limites entre o visível e o oculto, enquanto apontava a importância de compreender a complexidade religiosa.
A equipe docente da UNIVAP não encara o FOCA como uma publicação comum, mas sim como uma ferramenta didática de imenso valor. “Ele auxilia na organização do texto, nas ilustrações, ensina sobre a ética na publicação. Há relevância pedagógica”, esclarece Vânia. O FOCA, adicionalmente, desempenha o papel de portfólio para os estudantes, exibindo suas competências na produção de conteúdo, habilidades em pesquisa e aptidões na diagramação.
A migração do FOCA para o universo digital reflete a imperiosa necessidade de se alinhar às transformações no Jornalismo e na forma como consumimos informações. “Mudança é essencial. A própria estrutura do Jornalismo, não apenas como um produto, mas também como uma experiência de absorção de informações, sofreu modificações”, salientou a professora. Ela realça que a versão impressa do FOCA não será “apagada”. Ao contrário, encontrará novos âmbitos no cenário digital.
Enquanto o FOCA trilha seu percurso virtual, ele carrega uma herança de aprendizado, inovação e dedicação. A revista não somente testemunhou as mutações na Comunicação, mas também se moldou a elas. Ao migrar para a esfera digital, o FOCA prossegue em sua missão de ser uma voz estudantil ativa, disseminando informações, ideias e narrativas em formatos novos e empolgantes.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.